O começo para erradicarmos o câncer da face da Terra !! A esperança trazida pela terapia celular junto a CAR T !!

 

Salve meus queridos Fragmentos de Okazaki! E aí como vocês estão?

Ando meio sumido por aqui, mas a correria do dia a dia as vezes me permite trazer conteúdos bons e importantes para vocês se manterem atualizados com tudo o que temos de novo dentro da tecnologia e dentro da saúde também!

E hoje vamos falar um pouco sobre a Terapia Celular com as Células CAR T, não sei se já ouviram falar sobre essa terapia, mas dentre as grandes faculdades brasileiras existentes atualmente, tais como a USP, junto a FAPESP vem trazendo grandes frutos com esse tipo de terapia celular onde temos o isolamento das Células T provindas do sangue do paciente, onde no laboratório são isoladas e incrementadas com uma molécula de DNA capaz de criar na superfície da célula, um receptor de antígeno quimérico, também denominado como ‘CAR”.

Esse antígeno entregue a essa célula T é capaz de reconhecer as células tumorais, ao serem transplantadas de volta ao paciente de origem, a mesma é capaz de reconhecer o tumor e iniciar um ataque as células tumorais, sendo uma terapia de alta complexibilidade, onde só foi possível o início dela, a partir do trabalho de vários pesquisadores da USP, onde toda a técnica de execução dessa terapia foi estudada em torno de 18 anos para garantir uma maior eficácia a mesma, ou seja, desde a criação do centro de terapia celular da instituição.

Em seu estado natural, as células T, são responsáveis por nos proteger contra infecções e tumores, porém as mesmas podem perder essa capacidade de “enxergar” as células cancerígenas. Logo, o processo de modificação das células T, tem como ponto chave trazer essa capacidade de enxergar as células especificas do câncer e destruí-las, tais como as células leucêmicas e dos linfomas.



Como são produzidas as células CAR T ?

Após a coleta das células T do paciente, através de um procedimento chamado de aférese, onde após esse processo temos a produção das células T CAR em laboratório onde temos a inserção do gene do CAR para a criação de um receptor de antígeno na célula. Com isso a mesma é cultivada para seu crescimento corresponder a uma dose adequado para o peso do paciente, onde ao final da terapia a mesma é infundida de volta ao paciente promovendo a destruição de células específicas do câncer.

Qual é a importância das células CAR T no tratamento do câncer?

Essa terapia celular é considerada como revolucionaria dentro do tratamento do câncer, onde tivemos que 90% dos pacientes portadores de leucemia linfoblastica aguda de células B e sem quaisquer perspectivas de tratamento, responderam ao uso de células CAR T, dos quais 60% obtiveram a cura. Outras doenças como o mieloma múltiplo e linfomas também apresentam excelente resposta ao tratamento com CAR T.

Nos EUA, dois produtos de células CAR T, desenvolvidos pela indústria farmacêutica foram aprovados pela FDA e os mesmos possuem um custo médio de US$ 400.000 por infusão enquanto que no Brasil por ser uma tecnologia desenvolvida no interior de SP, estima-se que não seja mais que 10% deste valor e existem somente alguns países que possuem a tecnologia necessária para a produção dessas células e agora o Brasil se inclui nessa lista.

Como foi desenvolvida essa tecnologia no interior de SP pelo CTC ? E quais são os próximos passos?

O Centro de Terapia Celular da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto é a primeira instituição brasileira a desenvolver tecnologia 100% brasileira para a produção de células CAR T.

Com uma robusta experiência em Terapia Celular, o CTC destaca-se pelo seu pioneirismo no desenvolvimento de tratamentos complexos que beneficiam a população brasileira. O CTC possui estrutura própria em condições de produzir células para uso clínico em humanos que segue o rigoroso padrão GMP, sigla em inglês para boa prática de manufatura ou produção.

Com a tecnologia desenvolvida pelo CTC de Ribeirão Preto, as células T de um paciente portador de Linfoma Não Hodgkin avançado sem perspectiva alguma de tratamento foram processadas e transformadas em células CAR T. A infusão ocorreu no início de setembro de 2019 e o paciente teve excelente resposta ao tratamento. Após a infusão houve desaparecimento das lesões palpáveis do linfoma e interrupção do uso de morfina como analgésico.

Com a realização do primeiro tratamento de um paciente com células CAR T no Brasil, encerra-se o ciclo de transferência e desenvolvimento tecnológico. O maior desafio é elevar em escala a produção de células CAR T para que um número maior de pacientes brasileiros tenha acesso a tratamento seguro com padrões GMP, através da abertura de novos protocolos de pesquisa.

Para isso, o CTC de Ribeirão Preto investe na ampliação de sua estrutura de processamento celular, desenvolvimento e produção de novos vetores para o tratamento de outros tipos de cânceres, tais como linfomas, leucemias agudas, mielomas múltiplos e tumores sólidos.

 

Referencias:

https://www5.usp.br/

https://fapesp.br/

https://ctcusp.org/celulas-t-car/o-que-sao-celulas-car-t/

 

 

 









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